Desigualdade social no Brasil

Desigualdade social no Brasil

O tema desigualdade social no Brasil é uma pauta indissociável de diversas outras problemáticas no país. É inviável tratar sobre desigualdade sem falar sobre o processo histórico de concentração de renda no país, sem falar sobre o racismo estrutural, sobre a concentração de terras, desigualdades de oportunidades, entre diversas outras questões. Nesse sentido, nosso objetivo é abordar essa temática apresentando alguns meios de abordagens em um possível tema de redação.

Análises embasadas em números e dados podem ser por vezes muito frias, no entanto, nos ajudam a ter certa noção geral do panorama brasileiro. Nesse sentido, o Índice de Gini é um ótimo instrumento para se embasar esse estudo. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), “O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.”.

Desigualdade social no Brasil

O último levantamento realizado no ano de 2017 aponta o Brasil como o 7° país mais desigual do mundo, ficando atrás de países como Botsuana, Suazilândia e Guiné Bissau. Isso aponta que o vácuo econômico entre os mais pobres e os mais ricos no país está entre os 10 maiores do mundo. O que nos leva a entender a disposição de oportunidades no país.

Segundo o intelectual Silvio de Almeida, é inviável conceber desigualdade social sem compreender o racismo estrutural do país. Em uma entrevista para um meio jornalístico, Silvio afirmou: “As relações sociais no Brasil e no mundo são atravessadas pela naturalização do racismo. Só que essa naturalização só é possível se você tiver instituições que reproduzam do ponto de vista ideológico e do ponto de vista político essas relações permeadas pelo racismo. […] O Judiciário e o Ministério Público como um todo são coniventes com a violência policial e com o desrespeito à Constituição. Trata-se de uma subversão do sistema. Precisamos também falar sobre os meios de comunicação, que ou silenciam, ou se limitam a falar de questões muito rumorosas, ou ficam no plano do moralismo individual.”

Nesse sentido, torna-se imperativo analisar a atual questão da desigualdade social no Brasil recorrendo ao estudo do percurso histórico do país na questão de concentração de renda. Além da questão racial, podemos citar a ineficácia e, praticamente uma inexistência, de projetos de distribuição de rendas eficientes durante toda a história republicana brasileira.

A luta por consolidação de uma cidadania ampla no país, por mais que marcada pela proclamação da Constituição de 1988, precisa vir acompanhada de uma luta por igualdade de oportunidades econômicas e, consequentemente, de vida. Tratar sobre igualdade social é tratar sobre consolidação de cidadania.

Dica do professor

Para dar algumas dicas sobre como desenvolver esse tema em uma possível redação, o professor do QG do ENEM, Rian Geraisste, apresentou alguns recursos para dissertar sobre essa problemática. Segundo ele:

“A desigualdade social no Brasil é um problema que afeta o país inteiro, mas é importante também fazer um recorte espacial mais drástico da questão, que afeta principalmente as regiões Norte e Nordeste, porque são as que apresentam o IDH mais baixo.”

“Já houve relatórios da ONU que mostraram que há vários motivos para o aprofundamento da desigualdade social: a falta de educação, uma política fiscal injusta, desigualdade de salários e, o mais drástico, falta de acesso a serviços básicos universais (como saúde, transporte e saneamento básico). Esses quatro aspectos são os principais geradores da desigualdade. Isso produz graves consequências, como pobreza, miséria, desemprego, desnutrição, marginalização, aumento de violência, entre outros.”

Já a respeito da proposta de intervenção e conclusão da redação, segundo o professor Rian:

“Isso gera algumas possibilidades de intervenção. Claro que a principal vai ser o reforço da democracia com eficiência econômica e justiça social. Se os alunos conseguirem estabelecer relações entre essas causas e consequências, traçando um caminho que leve a essa provável solução, por mais que utópica para alguns, a desigualdade vai diminuir gradativamente.”

“Eu sempre tento chamar atenção dos alunos para o que causa a desigualdade, porque isso leva às consequências e, partindo dessas causas, você sabe exatamente onde atacar o problema. Lembrando que no ENEM, a gente tem que buscar os agentes, como: Governo Federal, Ministério da Fazenda e, claro, os agentes sociais que vão garantir a democracia, como o Legislativo.”

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