“El Chapo” – o pequeno grande traficante

Joaquín “El Chapo” Guzmán foi recapturado pelas forças de segurança mexicana depois de ter fugido de um presídio de segurança máxima no México. Ele é acusado de homicídio e tráfico de drogas nos Estados Unidos.  Por este motivo, o governo mexicano irá iniciar o seu processo de extradição. Os dois países vivem um conflito de décadas, pois imigrantes mexicanos tentam de qualquer maneira entrar nos territórios norte-americanos. O que acontece é que as fronteiras bem vigiadas parecem impedir a entrada de pessoas, mas não das drogas. A guerra as drogas, declarada por Richard Nixon na década de 70, colocou a América Latina como o continente inimigo.

A população dos Estados Unidos é a maior consumidora da cocaína que vem de uma cidade agrícola chamada Sinaloa (México). Essa relação de compra e venda não é de hoje. Durante a Guerra Civil Americana (1861-1865), era lá que o governo comprava morfina. No local era, e ainda é, produzida a planta chamada papoula, usada para produzir morfina, heroína e cocaína. Logo, as relações se mantiveram até os dias de hoje, mas não mais pela morfina e sim pela cocaína. Assim, as negociações ilícitas começaram.

Prender grandes chefes do narcotráfico está longe de ser o fim deste grande e lucrativo comércio ilegal. Existe uma grande ambiguidade nisto. Uma delas é o fato de que todos os cartéis mexicanos utilizam armamentos fabricados nos Estados Unidos. A outra é que quando se fala em tráfico, deve-se pensar em lavagem de dinheiro. Não se guarda milhões em colchões. Este dinheiro acaba sendo lavado em bancos norte-americanos. Durante a crise financeira de 2008 e 2009, muitos bancos americanos, à beira da falência, conseguiram se reerguer através de um dinheiro imediato.

No México, o dinheiro do narcotráfico é responsável por boa parte da economia do país. Além de empregar milhares de jovens que vivem em regiões miseráveis. Os cartéis têm influência na política e também assassinam jornalistas. Um dos grupos mais perigosos é o Los Zetas. Ele é conhecido por decapitar pessoas e deixar seus corpos espalhados pelas ruas. O Los Zetas é formado por ex-integrantes de um outro cartel chamado Cartel do Golfo que, por sua vez, é formado por ex-militares que tiveram treinamento nos Estados Unidos.

Um dos grandes pontos que está em discussão sobre o fim do narcotráfico é a legalização das drogas. Este é um assunto muito delicado que não será decidido logo. As toneladas de drogas apreendidas é um número muito irrelevante se comparada a quantidade que consegue passar pelas fronteiras.  O mundo legal e o ilegal é tão entrelaçado, que o fim do tráfico pode acarretar uma crise financeira, pois este dinheiro acaba entrando legalmente na economia. Quem será que terá coragem de bancar esta ideia?

 

*Esta matéria foi baseada em informações encontradas em:

Livro: Saviano, Roberto. Zero zero zero. Companhia das Letras

Programa: SEM FRONTEIRAS – Globo News.

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