Biologia: Alelobiose para o ENEM

Alelobiose é o nome dado ao estudo das relações ecológicas estabelecidas entre os seres vivos.

Essas relações podem ser intraespecíficas, quando envolvem indivíduos da mesma espécie; ou interespecíficas, quando são entre indivíduos de espécies diferentes.

Além disso, podem ser classificadas como harmônicas, se nenhum indivíduo for prejudicado; ou desarmônicas, quando pelo menos um indivíduo fica na desvantagem.       Esse é um dos assuntos da biologia que mais apareceram nas últimas provas do ENEM, então é importante que você saiba tudo sobre ele!

  • Relações Harmônicas Interespecíficas

– Comensalismo: nesse tipo de relação, um indivíduo é beneficiado enquanto o outro permanece neutro. É o que acontece no caso do tubarão e do peixe-rêmora. O pequeno peixe que vive associado a tubarões para, assim, se alimentar dos restos deixados.

– Protocooperação: nesse relacionamento, os dois envolvidos se beneficiam, mas não é uma relação obrigatória. É o caso do pássaro-palito, que retira parasitas das bocas de crocodilos e, assim, se alimenta. Os dois vivem melhor juntos do que separados.

– Mutualismo: também chamado de simbiose, nesse tipo de relação ambos os indivíduos envolvidos são beneficiados, mas, diferentemente da protocooperação, o mutualismo é essencial para a sobrevivência deles. É o que acontece no caso dos liquens, que são associações entre algas, que realizam fotossíntese e produzem alimento; e fungos, que por sua vez fornecem proteção, água e sais minerais às algas.

  • Relações Desarmônicas Interespecíficas

Competição interespecífica: ocorre quando há disputa por recursos, como alimento ou abrigo, entre duas espécies diferentes. É o que acontece entre corujas e gaviões, por exemplo, pois ambos se alimentam de pequenos roedores.

– Predatismo: nesse caso, há um predador e uma presa, que serve de alimento para o primeiro. Essa relação é importante para o controle da densidade populacional das diversas espécies.

– Herbivoria: este caso é similar ao predatismo, mas envolve um animal herbívoro, sendo plantas as presas.

– Parasitismo: é a relação que envolve um parasita e um hospedeiro. O parasita, como a lombriga, retira recursos do hospedeiro podendo lhe causar doenças.

– Amensalismo: também chamado de antibiose, consiste na inibição do crescimento ou reprodução de uma espécie devido à liberação de substâncias tóxicas. É o que acontece no caso da maré vermelha, fenômeno em que algas liberam toxinas na água e, consequentemente, matam outros animais aquáticos por contaminação. Nesta situação, a relação é neutra para as algas e prejudicial para os demais animais.

  • Relações Harmônicas Intraespecíficas

– Colônias: são relações em que indivíduos agrupados anatomicamente têm objetivos comuns. Podem ser isomorfas, quando todos os seres constituintes possuem as mesmas características morfológicas, como no caso de um recife de corais; ou heteromorfas, se os indivíduos possuírem diferenças morfológicas, como a caravela.

– Sociedades: neste tipo de relacionamento, os indivíduos não estão fisicamente ligados e há uma divisão do trabalho para um objetivo comum. É o caso das abelhas e dos seres humanos! Assim como as colônias, também podem ser isomorfas ou heteromorfas.

  • Relações Desarmônicas Intraespecíficas

– Competição intraespecífica: acontece em situações específicas, como por exemplo quando há escassez de recursos. Indivíduos da mesma espécie podem competir por alimento, parceiros, abrigo, entre outros.

– Canibalismo: nesse caso, um organismo mata e se alimenta de outro da mesma espécie. É o caso de algumas espécies de aranhas em que as fêmeas devoram os machos após a cópula.

Vamos praticar?

(ENEM 2013) No Brasil, cerca de 80% da energia elétrica advém de hidrelétricas, cuja construção implica o represamento de rios. A formação de um reservatório para esse fim, por sua vez, pode modificar a ictiofauna local. Um exemplo é o represamento do Rio Paraná, onde se observou o desaparecimento de peixes cascudos quase que simultaneamente ao aumento do número de peixes de espécies exóticas introduzidas, como o mapará e a corvina, as três espécies com nichos ecológicos semelhantes.

PETESSE, M. L.: PETRERE JR., M. Ciência Hoje. São Paulo, n. 293, v. 49. jun, 2012 (adaptado).

Nessa modificação da ictiofauna, o desaparecimento de cascudos é explicado pelo(a)

a) redução do fluxo gênico da espécie nativa.

b) diminuição da competição intraespecífica.

c) aumento da competição interespecífica.

d) isolamento geográfico dos peixes.

e) extinção de nichos ecológicos.

Gabarito: C

(ENEM 2011) O controle biológico, técnica empregada no combate a espécies que causam danos e prejuízos aos seres humanos, é utilizado no combate à lagarta que se alimenta de folhas de algodoeiro. Algumas espécies de borboleta depositam seus ovos nessa cultura. A microvespa Trichogramma sp. introduz seus ovos nos ovos de outros insetos, incluindo os das borboletas em questão. Os embriões da vespa se alimentam do conteúdo desses ovos e impedem que as larvas de borboleta se desenvolvam. Assim, é possível reduzir a densidade populacional das borboletas até níveis que não prejudiquem a cultura.

A técnica de controle biológico realizado pela microvespa Trichogramma sp. consiste na

a) introdução de um parasita no ambiente da espécie que se deseja combater.
b) introdução de um gene letal nas borboletas, a fim de diminuir o número de indivíduos.
c) competição entre a borboleta e a microvespa para a obtenção de recursos.
d) modificação do ambiente para selecionar indivíduos melhor adaptados.
e) aplicação de inseticidas a fim de diminuir o número de indivíduos que se deseja combater.

Gabarito: Letra A

(ENEM 2011) Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos para se atraírem para o acasalamento. O macho reconhece a fêmea de sua espécie e, atraído por ela, vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo de vaga-lume, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai os machos de outro tipo, o Photinus, fingindo ser desse gênero. Quando o macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris, muito maior que ele, é atacado e devorado por ela.

BERTOLDI, O.G.; VASCONCELOS, J.R. Ciências & Sociedade: a aventura da vida, a aventura da tecnologia. São Paulo: Scipione, 2000 (adaptado).

A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris e o macho do gênero Photinus, é um exemplo de:

a) comensalismo
b) inquilinismo
c) cooperação
d) predatismo
e) mutualismo

Gabarito: D

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