Sucessão Ecológica: Primária x Secundária

sucessão ecológica
Normalmente, vestibulares como o ENEM costumam seguir um certo padrão do que cobram nas provas. Tratando-se de biologia, basicamente todo o ano aparecem perguntas sobre matérias da área de Ecologia. A partir disso, percebe-se que um assunto muito comum dessa área é a sucessão ecológica. Por isso, hoje vamos falar um pouco sobre essa matéria.

O que é a sucessão ecológica?

Sucessão ecológica é como denominamos o processo de alterações graduais da estrutura e composição de uma comunidade (grupo de diferentes populações que vivem em um mesmo local em um determinado período de tempo) de algum ecossistema. Resumindo: é todo processo ordenado de mudanças em um determinado ecossistema a partir da inserção de espécies em um ambiente antes inabitável ou degradado, dando início a uma sequência de comunidades, desde uma simples colonização até alcançar uma instância máxima chamada de clímax.

A sucessão ecológica passa por três fases:

  • Comunidade primária ou ecese;
  • Comunidade secundária ou seral;
  • Comunidade clímax;

sucessão ecológica

Entendendo as etapas da sucessão:

Vamos imaginar uma região completamente desabitada, constituída apenas por areia e rochas nuas. O conjunto de condições para que plantas e animais sobrevivam ou se instalem nesse ambiente são desfavoráveis: a incidência luminosa direta causa altas temperaturas, a incidência de chuvas é baixa e a composição nutricional do solo é quase nula.

De repente, ocorre um forte vendaval sobre essa região causando uma perturbação. Esse vento acabou transportando diversas sementes, esporos e microorganismos que se depositaram na rocha. Com o tempo, os primeiros vegetais começaram a aparecer no local. Pequenas gramíneas que independentes de um solo rico em nutrientes ou de grandes concentrações de água surgem sob o solo arenoso, enquanto que nas rochas aparecem microorganismos se fixando e formando os liquens que sobreviviam através da fotossíntese.

As primeiras espécies que surgem, as pioneiras, compõem a comunidade primária e formam a ecese (conjunto de primeiros seres vivos a adentrarem no ecossistema). Essas são responsáveis pelas primeiras modificações ambientais do ecossistema.

A atividade metabólica dos líquens vai lentamente modificando as condições iniciais da região. Os líquens produzem ácidos orgânicos que corroem gradativamente a rocha, formando através da erosão as primeiras camadas de solo.

Esses processos aumentam a concentração de compostos orgânicos no solo e permitem o aparecimento de novas espécies que antes não encontravam condições favoráveis para se estabelecerem no ambiente. Próximas aos líquens, surgem as briófitas, pequenos vegetais primitivos, e também outras espécies de vegetais de maior porte como samambaias e arbustos. Também começam a aparecer os pequenos animais como insetos e moluscos.

Com isso, a temperatura do ecossistema passa por processos de adequação de acordo com os organismos ali presentes, contribuindo para a formação de um ambiente mais adequado para o aparecimento de outras espécies.

As espécies que aparecem após as pioneiras são chamadas de comunidade secundária ou seral.

Dessa forma, etapa após etapa, a comunidade pioneira evolui até que a velocidade do processo começa a diminuir gradativamente, chegando a um ponto de equilíbrio, em que toda a energia gerada pelo ambiente é praticamente consumida por ele mesmo. Essa é a etapa final do processo de sucessão, atingindo seu desenvolvimento máximo compatível com as condições físicas do local, conhecida como comunidade clímax. 

Sucessão: Primária x Secundária

Os vestibulares costumam focar na diferença entre esses dois tipos de sucessões, por isso é importante distinguir:

  • Sucessão Primária: é aquela que acontece em ambientes que não possuíam comunidades biológicas instaladas e que apresentam condições desfavoráveis, por isso, são destituídos de vida. Normalmente demora bastante até atingir a fase de Clímax. Rochas, dunas de areias e poças de lava vulcânica recém-solidificada são exemplos de regiões estéreis que sofrem esse tipo de sucessão;
  • Sucessão Secundária: diferente da primária, essa sucessão é um processo de regenaração de uma comunidade após uma perturbação, ou seja, ocorre em um ambiente parcialmente destruído, mas que já foi anteriormente ocupado por outra comunidade biológica. Mesmo degradado, este ambiente oferece condições mais favoráveis à ocupação de novas comunidades, o que torna a sucessão mais rápida. Áreas destruídas por queimadas ou desmatamento e campos de cultivo abandonados são exemplos que sofrem esse tipo de sucessão (podemos dizer que esse tipo de sucessão normalmente é causado por humanos).

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